Tipos de tempo e a relação com a mortalidade de idosos por doenças cardiovasculares:

o caso de Sorocaba – SP entre os anos de 2002 e 2014

Autores/as

  • Paulo Lopes Rodrigues
  • Edelci Nunes da Silva Universidade de Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.53528/geoconexes.v1i1.79

Palabras clave:

Clima e saúde, bioclimatologia, doenças crônicas não transmissíveis

Resumen

Atmosfera é parte do ambiente no qual o organismo humano está mergulhado, numa interação complexa. O objetivo desse artigo é compreender qual a relação entre os elementos atmosféricos e a mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas idosas, no município de Sorocaba – SP entre os anos de 2002 e 2014. Para se traçar essa relação optou-se pelo uso da classificação dos tipos de tempo proposta por Lecha Estela (1998). Os tipos de tempo criam classes resultantes da combinação de diferentes elementos atmosféricos, a saber: temperatura do ar (máxima e mínima), umidade relativa do ar, amplitude térmica diária e velocidade média do vento. A relação entre os dias doentes, ou seja, os dias em que se registraram 3 ou mais óbitos, e os tipos de tempo foi traçada a partir do cálculo de frequência e pela regressão logística. Os resultados encontrados apontam menor capacidade protetiva para os tipos de tempo que indicam condição de baixas temperaturas e maior capacidade protetiva dos dias que indicam situação de calor.

Biografía del autor/a

Edelci Nunes da Silva, Universidade de Universidade Federal de São Carlos

Geografa e doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é Professora do Curso de Licenciatura em Geografia e do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFSCar, campus Sorocaba

Citas

ALEIXO, N.C.R. Pelas lentes da Climatologia e da Saúde Pública: doenças hídricas e respiratórias na cidade de Ribeirão Preto. Presidente Prudente. 2012. 353 p. Tese (Doutorado em Geografia). FCT - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

ALMEIDA FILHO, N. de; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à Epidemiologia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2006.

ARAÚJO, R. R. Clima e vulnerabilidade socioespacial: uma avaliação dos fatores de risco na população urbana do município de São Luís (MA). 2014. 289 p. Tese (Doutorado em geografia). Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista.

AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os trópicos. 12ª Edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

BARCELLOS, C. Módulo 3 - Análise de situação de saúde voltada para o clima e ambiente. Análise de Situação em Clima e Saúde. Rio de janeiro. 2017.

BARCELLOS, C; BUZAI, G. D.; HANDSCHUMACHER, P. Geografia e Saúde: O que está em jogo? História, Temas e desafios. Confins. Revista Franco Brasileira de Geografia, n. 37, 2018. Disponível em https://doi.org/10.4000/confins.14911 último acesso em 20/11/2020. https://doi.org/10.4000/confins.14911

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Informe semanal sarampo - Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 43. Vol.51. N.45. Nov. 2020

CAIRUS, H. F; RIBEIRO JÚNIOR, W.A. Textos Hipocráticos: O doente, o médico e a doença. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2005. https://doi.org/10.7476/9788575413753

DATASUS. Informações de saúde. Disponível em: www.datasus.gov.br. Acesso: 20/05/2017.

DUARTE, E. C.; BARRETO, S. M. Transição demográfica e epidemiológica: a Epidemiologia e Serviços de Saúde revisita e atualiza o tema. Epidemiol. Serv. Saúde. Brasília. v. 21, n. 4, p. 529-532, dez. 2012. https://doi.org/10.5123/S1679-49742012000400001

FIELD, A. Descobrindo estatística usando o SPSS (2ª ed.). Porto Alegre: Armed.2009

FRTOA, A. B; SCHIFFER, S. R. Manual de Conforto Térmico. São Paulo: Studio Nobel. 2001.

FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS - SEADE.: Disponível em: http://www.seade.gov.br/. Acesso em 22 de janeiro de 2018

HAIR Jr., J.F.; BLACK, W.C.; BABIN, B.J.; ANDERSON, R.E. & TATHAM, R.L. Análise multivariada de dados. 6.ed. Porto Alegre, Bookman, 2012. 688p.

LECHA ESTELA, L. B. Biometeorological classification of daily weather types for the humid tropics. International Journal of Biometeorology. Vol. 42, pág. 77-83. 1998. https://doi.org/10.1007/s004840050088

LIN, Y.K; CHANG, C.K; WANG, Y.C; HO, T. J. Acute and Prolonged Adverse Effects of Temperature on Mortality from Cardiovascular Diseases. PLoS ONE. Vol.8 (12), p.e 82678, 2013. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0082678

MONTEIRO, C.A.F. O clima e a organização do espaço no estado de São Paulo: problemas e perspectivas. São Paulo: IGEO - USP (Série Teses e monografias N°28), 1973.

MURARA, P.G.S. Variabilidade climática e doenças circulatórias e respiratórias em Florianópolis (SC): uma contribuição à climatologia médica. Florianópolis. 2012. 94 p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Santa Catarina.

MURARA, P.G.S; AMORIM, M.C. C.T. Clima e saúde: variações atmosféricas e óbitos por doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Climatologia. V.6, p79-92. 2010. https://doi.org/10.5380/abclima.v6i0.25588

OLGYAY, V. Arquitectura y clima: manual de diseño bioclimático para arquitectos y urbanistas. Barcelona: Gustavo Gili, 1998.

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças cardiovasculares. Brasília (DF); 2003.

PASCOALINO, A. Variação térmica e a distribuição têmporo-espacial da mortalidade por doenças cardiovasculares na cidade de Limeira/SP. 2013. 283 f. Tese - (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 2013.

RODRIGUES, P. L. Índices Bioclimáticos e a relação com a mortalidade de idosos por doenças cardiovasculares em Sorocaba - SP entre 2002 e 2014". 2019. 151 f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de São Carlos.

SANTOS, F. O. Geografia médica ou Geografia da saúde? Uma reflexão. Caderno Prudentino de Geografia. N.32, Vol. 1. Pág.41-51.2010.

SEPOSO, X. T; DANG, T. N; HONDA, Y. Effect modification in the temperature extremes by mortality subgroups among the tropical cities of the Philippines. Global Health Action. Vol.9, 2016. https://doi.org/10.3402/gha.v9.31500

SILVA, E. N. Ambientes atmosféricos intraurbanos na cidade de São Paulo e possíveis correlações com doenças dos aparelhos: respiratório e circulatório. 2010. Tese (Doutorado em Saúde Ambiental) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010

SORRE, M. A adaptação ao meio climático e biossocial - Geografia psicológica. In: MEGALE, J. F. (Org.) Max. Sorre: Geografia. São Paulo. Ática, 1984.

SORRE, M. Objeto e método da climatologia. Revista do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. Tradução de José Bueno Conti, São Paulo, n.18, p. 89-94, 2006.

SORRRE, M. Les fondements biologiques de la Géographie Humaine: essai d'une écologie de l'homme. Paris: Armand Colin, 1943. 440 p.

STANIŠIĆ STOJIĆ, S STANIŠIĆ, N; STOJIĆ, A. Temperature-related mortality estimates after accounting for the cumulative effects of air pollution in an urban area Environmental Health. Vol.15, 2016. https://doi.org/10.1186/s12940-016-0164-6

STRAHLER, A. N. Physical Geoghaphy. New York. John Willey e Sons, 1951

VASCONCELOS, J; FREIRE, E; ALMENDRA, R; SILVA, G. L.; SANTANA, P. The impact of winter cold weather on acute myocardial infarctions in Portugal. Environmental Pollution. Vol.183, p.14-18, 2013 https://doi.org/10.1016/j.envpol.2013.01.037

XU, B; LIU, H; SU, N; KONG, G; BAO, X; LI, J; WANG, J; LI, Y; MA, X; ZHANG, J; YU, G. P; ZHAO, L. Association between winter season and risk of death from cardiovascular diseases: a study in more than half a million inpatients in Beijing, China. BMC Cardiovascular Disorders. Vol.13 (1). https://doi.org/10.1186/1471-2261-13-93

Publicado

2022-01-30

Cómo citar

Rodrigues, P. L., & Silva, E. N. da. (2022). Tipos de tempo e a relação com a mortalidade de idosos por doenças cardiovasculares: : o caso de Sorocaba – SP entre os anos de 2002 e 2014. Geoconexões Online, 1(1), 105–121. https://doi.org/10.53528/geoconexes.v1i1.79