Cartografia social e os mapas mentais: a importância das abordagens qualitativas na educação geográfica.

Autores

  • Edilson dos Santos Silva Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.53528/geoconexes.v3i2.140

Resumo

Diante de uma sociedade que se mostra cada vez mais complexa e do espaço geográfico progressivamente mais globalizado, as pesquisas qualitativas assumem cada vez mais importância. A partir da década de 1990, a cartografia social emerge fruto da emergência em relacionar a produção de mapas com a dimensão social. O presente trabalho tem como objetivo analisar a relevância da metodologia da cartografia social como meio para inserir a abordagem qualitativa ao processo de mapeamento, através da metodologia dos mapas mentais. Fundamentado em um estudo bibliográfico, procuramos discutir se a abordagem qualitativa na cartografia, materializada através dos mapas mentais, é capaz de contemplar as vivências dos estudantes e ressignificar a função dos mapas na educação geográfica? A abordagem qualitativa nos mostra que é possível e socialmente relevante inserir aos mapas os elementos subjetivos do espaço, através dos princípios da cartografia social mediados pelo uso dos mapas mentais, o processo de mapeamento passa a ser democrático, participativo e sobretudo uma construção social, abrindo caminho para que as diversas realidades sejam representadas, problematizadas e questionadas.

Palavras-chave: Pesquisa qualitativa; Cartografia social; Mapa mental.

Biografia do Autor

Edilson dos Santos Silva, Universidade Federal da Paraíba

Graduado em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba e  mestrando em Geografia pela UFPB. 

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Publicado

02/09/2023

Como Citar

Silva, E. dos S. (2023). Cartografia social e os mapas mentais: a importância das abordagens qualitativas na educação geográfica. Geoconexões Online, 3(2), 02–21. https://doi.org/10.53528/geoconexes.v3i2.140